Duas correntes são identificadas no Barroco literário: o cultismo e o conceptismo. Ambas buscam, por meios diferentes, um mesmo fim: criar artifícios de linguagem que revelam a agudeza e engenho.
Google Imagens |
- CULTISMO
Predominante na poesia, o cultimo caracteriza-se pela elaboração muito rebuscada da linguagem. Os poetas utilizam três artifícios: jogos de palavras; jogos de imagens; jogos de construção.
Era também conhecido como gongorismo, por ter aceitado expressão máxima na poesia do poeta espanhol Luís de Góngora.
Exemplo do estilo cultista:
*Reparem no jogo de palavras promovido pelo poeta.
"O todo sem a parte não é o todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.
Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica todo."
(Gregório de Matos)
- CONCEPTISMO
O conceptismo, também conhecido como quevedismo predomina nos textos em prosa. Para deslumbrar o leitor com desenvolvimento de um raciocínio, o escritor conceptista recorre a comparações ousadas. O resultado dessa elaboração do raciocínio muitas vezes dificulta a compreensão.
*Os sermões do Pe. Antônio Vieira são manifestações do conceptismo barroco.Exemplo do estilo conceptista:
*Premissa maior: amor infinito de Crismo salva o pecador./ Premissa menor: sou pecador./ Conclusão: espero me salvar.
"Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor, que é infinito.
Essa razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar."
(Gregório de Matos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário