No séc. XVII, o ser humano vive em confilto, atormentado por dúvidas existenciais, dividido entre uma postura racional e humanista e uma existencia assombrada pela culpa religiosa. Conheça agora como o Barroco representou esse tempo de instabilidade e incerteza.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Que é o Barroco ?

O marco inicial do Barroco no Brasil é a publicação do poema épico Prosopopeia de Bento Teixeira.
O termo barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas do século XVII e início do XVIII, isto é, dos anos de 1600 e até o início dos anos de 1700. Não se trata de um estilo específico da literatura, estende-se também à música, pintura, escultura e arquitetura da época.
O Barroco não foi uma oposição ao Renascimento, antes foi um desenvolvimento natural da linha renascentista indo das limitações à liberdade, do regular ao tumultuoso.


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Literatura Barroca



A literatura Barroca é um conjunto de escritas do séc. XVII que apresenta os conflitos vividos pela sociedade dessa época. Vários acontecimentos religiosos, políticos e sociais renascem fazendo com que o homem desse tempo expresse através da arte as contradições e dualismos que marcavam o período.
O Barroco enquanto Arte teve sua expressão na literatura, na música e nas artes plásticas.


Principais características da linguagem Barroca quanto ao conteúdo:
  • conflito entre visão antropocêntrica e teocêntrica;
  • oposição entre mundo material e mundo espiritual;
  • conflito entre fé e razão; 
  • cristianismo;
  • morbidez;
  • idealização amorosa;
  • sensualismo;
  • sentimento de culpa cristão;
  • consciência da efemeridade do tempo;
  • gosto por raciocínios complexos, intrincados, desenvolvidos em parábolas e narrativas bíblicas;
  • carpe diem.

Principais características da linguagem Barroca quanto à forma: 
  • gosto pelo soneto;
  • emprego da medida nova;
  • gosto pelas inversões e por construções complexas e raras.
* O eu lírico Barroco aparece como um homem atormentado, confuso, cheio de dúvidas diante dos vários caminhos a escolher; desejos de vida, medo de morte, céu e inferno, pecado e virtude; tudo isso compõe o homem apresentado no Barroco.

sábado, 26 de janeiro de 2013

O Barroco Sobrevive

Amor X Sexo


Triste Bahia - Canção de Caetano Veloso, releitura de um poema de Gregório de Matos de mesmo nome.


Arquitetura Barroca


http://www.sempretemmais.com/basilica-de-sao-pedro-imponencia/

Na arquitetura barroca, os conceitos de volume e simetria vigentes no renascimento são substituídos pelo dinamismo e pela teatralidade. O produto desse novo modo de desenhar os espaços é uma edificação de proporções ciclópicas, em que mais do que a exatidão da geometria prevalece a superposição de planos e volumes, um recurso que tende a produzir diferentes efeitos visuais, tanto nas fachadas quanto no desenho dos interiores. 
Quanto à arquitetura sacra, as proporções antropomórficas das colunas renascentistas foram duplicadas, para poder percorrer sem interrupções as novas fachadas de pavimento duplo, segundo o modelo da construção de Il Gesú, em Roma, primeira igreja da Contra-Reforma.

Igreja da Contra-Reforma
http://www.sacred-destinations.com/italy/rome-il-gesu


Conhecendo Gregório de Matos ...

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Gregório de Matos (1636-1696), natural de Salvador, Bahia, foi o grande poeta barroco brasileiro. Escreveu muitos poemas líricos, religiosos, mas tornou-se mais conhecido por seus poemas satíricos. Suas críticas ácidas ao governador da Bahia valeram-lhe o apelido de Boca do Inferno.

O Primeiro Grande Poeta

Gregório de Matos teve sólida formação cultural. Estudante de Direito em Coimbra, lá entrou em contato com as perspectiva humanista que incentivava a leitura dos autores clássicos.Ele seguiu os ensinamentos aprendidos com esses mestres literários em sua obra. Tornou-se conhecido por sua poesia lírica, sacra e satírica.

  • A POESIA LÍRICA
A lírica amorosa de Gregório de Matos retoma temas clássicos, como a oposição entre espírito e matéria, para desenvolver sua poesia.

*O amor é expresso como fonte de prazer e sofrimento e a mulher é retratada como um anjo e ao mesmo tempo fonte do pecado, pois desperta o desejo carnal. Além de vário outros temas desde a idealização do amor puro e até quando esse sentimento é tratado com cinismo e ironia passando pelo amante que foi rejeitado pela sua mulher amada.

Minha rica mulatinha, 
desvelo e cuidado meu, 
eu já fora todo teu, 
e tu foras toda minha;
Juro-te, minha vidinha, 
se acaso minha qués ser,
que todo me hei de acender 
em ser teu amante fino, pois 
por ti já perco o tino, 
e ando para morrer.

  • A POESIA SACRA 
O que sobressai, na poesia sacra de Gregório de Matos, é o senso de pecado, a constatação da fragilidade humana e o temor diante da morte da condenação eterna. Essa faceta de pecador arrependido aparece nos poemas compostos na fase final de sua vida, já que, na juventude, o poeta fez várias composições que desafiavam o poder divino.

A vós correndo vou, braços sagrados, 
Nessa cruz sacrossanta descobertos 
Que, para receber-me, estais abertos, 
E, por não castigar-me, estais cravados. 

A vós, divinos olhos, eclipsados 

De tanto sangue e lágrimas abertos, 
Pois, para perdoar-me, estais despertos, 
E, por não condenar-me, estais fechados. 

A vós, pregados pés, por não deixar-me, 
A vós, sangue vertido, para ungir-me, 
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me 

A vós, lado patente, quero unir-me, 
A vós, cravos preciosos, quero atar-me, 
Para ficar unido, atado e firme.

  • A POESIA SATÍRICA
Foram os poemas satíricos que deram fama ao poeta baiano, chegando mesmo a causar o seu degredo para Angola, em 1964. O "Boca do Inferno" não perdoava ninguém: ricos e pobres, negros, brancos e mulatos, padres, freiras, autoridades civis e religiosas, amigos e inimigos, todos, enfim, eram objeto de sua "lira maldizente".

O governador Câmara Coutinho, por exemplo, foi assim retratado:

Nariz de embono
com tal sacada,
que entra na escada
duas horas primeiro
que seu dono.


Fonte: http://llfeioleituras.blogspot.com.br/2012/05/lirismo-e-satira-de-gregorio-de-matos.html

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Conhecendo Antônio Vieira ...

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 Antônio Vieira (1608 - 1697) nasceu em Lisboa, mas ainda menino veio com os pais para a Bahia, onde estudou no colégio dos jesuítas. Ordenado em 1634, começou a carreira de pregador. O sucesso de seus sermões lhe garantiu uma posição influente junto ao rei de Portugal, D. João IV. Como embaixador do rei, fez sermões em Londres, Paris, Haia e Roma. 
A defesa dos cristãos - novos, judeus convertidos ao catolicismo, fez com que Vieira fosse Julgado e condenado pela Inquisição. Permaneceu preso por dois anos, impedido de pregar. Seu grande prestígio como orador, porém, acabou lhe garantindo o perdão papal. De volta ao Brasil, teve o cuidado de editar todos os seus 207 sermões. Morreu aos 89 anos.